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Artigos

Sem propósito, o trabalho vira um fardo – e a vida também

Por: Michel Pereira , 02/17/2025

Afinal, por que trabalhamos?

Para alguns, o trabalho é apenas um meio de sobrevivência. Para outros, é uma forma de realização pessoal. Mas será que existe algo maior que possa transcender a rotina diária e dar um significado verdadeiro ao que fazemos?

Desde os tempos antigos, a visão sobre o trabalho foi moldada de maneiras bem diferentes. Na cultura greco-romana, por exemplo, trabalho braçal era coisa de escravos. Os cidadãos livres? Esses dedicavam seu tempo à filosofia, à política e à contemplação da verdade. Para eles, o trabalho era uma necessidade prática, não um valor em si.

Em resumo, a cultura greco-romana foi como um crossover entre gregos e romanos. Os gregos trouxeram filosofia, artes e democracia. Os romanos pegaram tudo isso e impulsionaram com engenharia, direito e uma organização política impecável. Mas tudo isso era privilégio dos “homens livres”, deixando de fora uma grande parcela da população e restringindo completamente o conceito de trabalho.

No entanto, essa visão mudou com o tempo. Aristóteles, um dos maiores pensadores da antiguidade, já argumentava que o trabalho não deveria ser visto apenas como um meio de sobrevivência, mas como algo que contribui para o bem comum. Segundo ele, a verdadeira realização do ser humano está na busca pela eudaimonia, um conceito que pode ser traduzido como "vida plena" ou "felicidade duradoura". Para Aristóteles, essa felicidade não era algo instantâneo ou passageiro, mas sim fruto do desenvolvimento de virtudes e da realização do próprio potencial.

Nesse sentido, o trabalho pode ser visto não apenas como uma atividade repetitiva e desgastante, mas como um caminho para aperfeiçoamento pessoal e transformação social. Diferente da visão greco-romana, onde só alguns tinham o privilégio de "se dedicar ao que realmente importava".

Muitos enxergam o trabalho apenas como suor e esforço, mas há aqueles que encontram nele algo mais profundo. São pessoas que, mesmo diante das dificuldades diárias, se entregam de verdade ao que fazem.

Essa entrega não significa apenas trabalhar mais, mas trabalhar com propósito. Quando encontramos um significado maior naquilo que fazemos, o trabalho deixa de ser apenas uma sequência de tarefas e passa a ser um instrumento de transformação – não só para nós, mas para aqueles ao nosso redor.

Não se trata apenas de produzir, cumprir metas ou bater o ponto. Trabalhar com propósito significa compreender que cada pequena ação pode gerar um impacto maior do que imaginamos.

Um exemplo clássico dessa lógica vem da história do Rei Ricardo III da Inglaterra, durante a Guerra das Duas Rosas. Conta-se que, às vésperas de uma batalha decisiva, o rei ordenou que preparassem seu cavalo rapidamente. O ferreiro, sem tempo e sem materiais suficientes, improvisou a ferradura, mas percebeu que faltava um prego para fixá-la corretamente.

A batalha começou, e no momento crucial, a ferradura solta fez o rei perder o controle do cavalo. O exército de Ricardo III desmoronou, e seu reino caiu. Tudo isso porque faltava um único prego.

Como diz o provérbio inglês popular:

"Por falta de um prego, perdeu-se a ferradura. Por falta da ferradura, perdeu-se um cavalo. Por falta de um cavalo, perdeu-se uma batalha. Por falta de uma batalha, perdeu-se um reino."

Essa história nos ensina que pequenos detalhes fazem a diferença. No trabalho, cada tarefa, por menor que pareça, tem um impacto na grande estrutura. Um e-mail bem escrito, um atendimento atencioso, um projeto bem executado – tudo contribui para algo maior.

Não é sobre trabalhar mais. É sobre trabalhar por algo maior.

O trabalho não pode ser apenas uma obrigação mecânica. Ele deve nascer do amor.

Quando entendemos o impacto do que fazemos, encontramos sentido até nas tarefas mais simples. O propósito não está na grandiosidade das ações, mas na intenção por trás delas. Um professor que ensina com dedicação, um profissional que se empenha além do necessário – todos eles constroem algo maior do que si mesmos.

O pior cenário não é o cansaço do trabalho, mas sim não ter um motivo para continuar.

Seja qual for sua profissão, pergunte-se: o que estou construindo? Meu trabalho faz diferença? Estou apenas cumprindo tarefas ou deixando um legado?

No fim, o que nos move não é o trabalho em si, mas o propósito que damos a ele.

Rua José Vieira Martins, 270 | Pedreira, São Paulo/SP - Brasil